quarta-feira, 12 de abril de 2017

LULA TEME DELAÇÃO DE PALOCCI DOS 13 MILHÕES DE PROPINAS RECEBIDAS PELO "AMIGO"...




Reinaldo Azevedo
O PT deu início no fim de semana passado ao processo que acabará resultando na nova direção do partido. Foi um troço melancólico. As coisas se explicam. A situação de Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe máximo da legenda, que já não era confortável, ficou pior depois do depoimento de Marcelo Odebrecht, nesta segunda, a Sergio Moro. E com vazamento quase simultâneo. O juiz diz que vai mandar apurar.
Marcelo depôs no processo em que Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, é acusado de ter intermediado o recebimento de R$ 128 milhões. O empresário confirmou ao juiz o que já se sabe que dissera em delação premiada. Sim, Palocci era mesmo o “Italiano” na tal lista de codinomes. E LULA, ORA, ORA, O “AMIGO” — DE FÉ, IRMÃO, CAMARADA… PARCEIRO DE TANTOS CAMINHOS, DE TANTAS JORNADAS.
“AMIGO” também era o nome de uma espécie de conta corrente da empreiteira vinculada ao ex-presidente. Ali, eram feitas as anotações de recursos que estariam diretamente relacionadas ao Todo-Poderoso do PT. É O CASO DOS R$ 50 MILHÕES DOADOS À CAMPANHA DE DILMA, EM 2014, AINDA COMO PAGAMENTO DE PROPINA POR MEDIDA PROVISÓRIA ASSINADA POR LULA, EM 2009, QUE BENEFICIOU A BRASKEM, DO GRUPO ODEBRECHT. Nesse caso, o acerto teria sido feito por Guido Mantega.

Mas há mais. E é neste ponto que a situação pode se complicar para Lula — como se já fosse simples. MARCELO RELATOU O PAGAMENTO AO PRÓPRIO LULA, EM ESPÉCIE, DE R$ 13 MILHÕES. “EM ESPÉCIE”, como vocês sabem, quer dizer DINHEIRO VIVO. Nas anotações da Odebrecht, essa grana aparece associada ao “Plano B” — referência a Branislav Kontic, assessor de Palocci, e está dividida em seis parcelas.
O Instituto Lula deu a seguinte resposta à reportagem: “Lula não tem nenhuma relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como “AMIGO” (…) Por isso não lhe cabe comentar depoimento sob sigilo de Justiça vazado seletivamente e de forma ilegal”.
Na semana passada, bateu um pânico bravo no comando do PT. Palocci estaria, digamos, fraquejando e PENSANDO EM FAZER DELAÇÃO PREMIADA. Até agora, não se tem confirmação nenhuma. Uma coisa é certa: se não o fizer, a chance de amargar muito tempo em regime fechado é gigantesca.
Por que o PT se preocupa? Bem, gente com o tamanho de Palocci, ao delatar também para cima, só pode atingir uma pessoa: ADIVINHEM QUEM.

Outro dado deixa os petistas especialmente incomodados: essa acusação não vincula o dinheiro a operações partidárias, como os R$ 50 milhões em propina que teriam ido para a campanha de Dilma. Os R$ 13 milhões ficam com jeito de grana repassada para, digamos, O FLUXO DE CAIXA DO INDIVÍDUO LULA.

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