terça-feira, 19 de agosto de 2014

PERNAMBUCO TEM POR “OBRIGAÇÃO DEMOCRÁTICA” VOTAR EM MARINA SILVA, PARA MOSTRAR AO BRASIL A PUJANÇA LIBERTÁRIA DO NOSSO POVO. – Altamir Pinheiro – PARTE IV

O ÓDIO VENCEU O LUTO











O sorriso de Marina e os fiscais da dor alheia: na internet, o ódio venceu o luto


Matheus Pichonell
Circula na internet uma foto da ex-senadora Marina Silva olhando com um meio-sorriso em direção a um dos filhos de Eduardo Campos enquanto o corpo do ex-governador era velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, no domingo, 19 de agosto. O registro, captado em uma fração de segundo em uma cerimônia que durou o dia inteiro, dizia exatamente o que parecia dizer. NADA. Mas, como se não houvesse tristeza suficiente no drama de amigos e familiares, quem acompanhou o evento pelas redes sociais tratou de usar a imagem para expandir a crônica de uma velha tragédia, tão destrutiva quanto lamentável. VESTIDOS DE FISCAIS DE SENTIMENTO HUMANO, ESSES INTERNAUTAS PASSARAM A MEDIR COM UMA MÉTRICA CONFUSA O CARÁTER DAS FIGURAS PÚBLICAS PRESENTES À CERIMÔNIA. AO LONGO DO DIA, AS REDES SOCIAIS SE TRANSFORMARAM EM UM FESTIVAL DE ATROCIDADES PRATICADAS A CÉU ABERTO, MOVIDA EM PARTE PELO PIOR TIPO DE JORNALISMO – O JORNALISMO MARROM. Alguns chegaram ao ápice de sugerir uma distância, moral e humana, entre a ex-senadora e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cravar no título: ELE CHOROU, ELA SORRIU. O que isso quer dizer é um desafio para estudiosos da semiótica. Não é o meu caso, mas faço coro a alguns amigos que, de prontidão, trataram de remar contra a maré em um dia naturalmente triste, tornado ainda mais triste em meio à propagada desonestidade intelectual – aquela capaz de colocar um drama humano a serviço das próprias convicções. Um professor de ciência política com quem mantenho contato foi o primeiro a manifestar que alguma coisa estava pobre no reino de Zuckerberg: "O DEBATE SERÁ O FATO DE A MARINA TER DADO UMA RISADA E O LULA CHORADO? É ISSO?"

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