quarta-feira, 9 de julho de 2014

FEITO O MURO DE BERLIM, ALEMANHA DEMOLIU O BRASIL: 7 X 1






NA MATEMÁTICA, MENOS COM MENOS DÁ MAIS. JÁ NA  ECONOMIA DA DILMA, NEGATIVO COM NEGATIVO, DIGO MELHOR, SETE VEZES UM NÃO É POSITIVO: É UM DESASTRE



Luís Costa Pinto

Tragédias forjam o caráter e a personalidade de gigantes – sejam Nações, sejam corporações, sejam heróis individuais. O ataque A PEARL HARBOR, EM 1942, LANÇOU OS ESTADOS UNIDOS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, tirando-os de uma neutralidade suicida no conflito europeu, e fez com que os aliados derrotassem a Alemanha de Hitler. Ali o mundo começava a mudar. AS BOMBAS DE HIROSHIMA E NAGASAKI DESTROÇARAM O JAPÃO, EM 1945, redesenharam o mapa da Ásia e inauguraram a Era Nuclear. Refundaram, também, a alma japonesa e hoje temos, nas franjas do Pacífico, uma das mais sábias civilizações do planeta. O ATAQUE DE 11 DE SETEMBRO DE 2001, EM NOVA YORK, curvou o mundo ocidental ante um inimigo até ali desconhecido, fez cair uma tarde densa e sombria sobre as liberdades civis, pôs culturas e credos em conflito e redesenhou a geopolítica do globo quando pensávamos já ter superado o período das grandes guerras. Claro que estou sendo absurdamente superlativo, pois quero apenas falar de futebol. A TRÁGICA DERROTA DE 8 DE JULHO DE 2014 NO MINEIRÃO FOI O NOSSO PEARL HARBOR, FOI A NOSSA HIROSHIMA, FOI O 11 DE SETEMBRO DO FUTEBOL BRASILEIRO. Não há culpa individual no episódio. Não há que se julgar o coletivo do time reunido por Luiz Felipe Scolari. Vivenciamos uma experiência histórica a partir de Belo Horizonte e temos de ter maturidade para assimilá-la, aprender com ela e avançar. Até ali o Brasil tinha se revelado fantástico ao mundo. Organizara a melhor e mais festiva Copa de todos os tempos, repleta de embates inesquecíveis e pródiga em revelações dentro de campo e fora dele – foi um festival de técnicos que emergiram a partir dos bancos para o estrelato, assim como goleiros e artilheiros habilidosos como os jovens Mueller e James Rodriguez. Lutou-se contra os maus fluidos de parte relevante dos brasileiros, pois muita coisa funcionou a contento na organização de um evento complexo. Não houve drama de segurança (até aqui, pois temo um enfrentamento em Brasília entre um Brasil despedaçado e uma Argentina sempre arrogante com seus “BARRAS BRAVAS” querendo nos espezinhar até em eventual disputa de terceiro lugar). E as batalhas não foram vãs: vencemo-las. Lutou-se contra uma verdadeira usina de energias negativas lançadas contra a perspectiva de sucesso brasileiro, porque muitos criam no início da Copa que o sucesso em campo ia se refletir nas urnas. Não ia, como a humilhação não irá influir no resultado de outubro. É possível, sim, que a frustração gigantesca originada pela sonora goleada de 7 a 1 imposta pelos alemães aos brasileiros provoque um acirramento de ânimos, mas eles já iam se acirrar mesmo depois da Copa – eu havia apostado no prazo de 10 dias contados a partir da final do próximo domingo. Agora, creio que eventos isolados irão começar já na sexta-feira. Mas o que ocorreu no Mineirão transcende a tudo isso e precisa significar um renascimento do futebol brasileiro. Precisa culminar com esse renascimento ou em 2018, ou em 2022. Não espero que Luiz Felipe Scolari tangencie a derrota. Ele tem caráter suficiente para se apropriar dela e isentar seus comandados. Houve um erro tático claro do Brasil, mas não foi só isso. Espero que o redesenho da Seleção Brasileira passe por todo um redesenho da CBF. SE HOUVER HOMBRIDADE NOS CARTOLAS JOSÉ MARIA MARIN E MARCO POLO DEL NERO TÊM DE DEIXAR SEUS CARGOS NO DIA 13 DE JULHO, DOMINGO, NO MARACANÃ. FELIPÃO, CLARO, DEIXARÁ A SELEÇÃO NO SÁBADO, DEPOIS DA DOLOROSA DISPUTA DE TERCEIRO LUGAR – E SERÁ SURPRESA SE NÓS FICARMOS EM TERCEIRO. O GRUPO ESTÁ ABALADO, E IRÁ SE COBRAR MAIS DO QUE DEVE. Não foi a Era Felipão que se encerrou no Brasil. Creio que foi a era de técnicos brasileiros na Seleção. Não temos ninguém melhor do que Felipão para aquele cargo, e não oxigenamos a formação de novos comandantes de esquipes de futebol. Não organizamos nosso extracampo como a Alemanha organizou. Negligenciamos os treinos táticos porque o Brasil ficou confinado numa Granja Comary que é um dos pedaços mais enevoados do Brasil. ACREDITAMOS QUE O HEXA VIRIA POR FORÇA DIVINA. Levamos de 7 a 1. Há que se reestruturar tudo. Uma nova civilização do futebol brasileiro tem de ressurgir desse massacre alemão. Tomamos em Belo Horizonte não uma aula de futebol, mas sim um curso inteiro de PhD sobre como organizar um grupo para ser vencedor. Claro que personagens como Fred ou Jô, que ficaram devendo demais na Copa, não merecerão mais envergar o manto que já foi sagrado da Seleção. Eles não voltarão a vestir a camisa canarinho depois de sábado. Nem eles, contudo, merecem a ira do torcedor brasileiro. Não tiveram culpa, nem o coletivo teve culpa. Erramos junto com eles, pois demoramos a gritar forte o suficiente para sermos ouvidos: precisamos é mudar tudo, reinventar a estrutura do futebol nacional. Que fiquem dessa Copa lições prosaicas, personalizadas, individuais. Eu mesmo tenho uma para contar. NO DIA 4 DE JULHO, EM FORTALEZA UMA SENHORA DE 75 ANOS DE IDADE, ZILDA ANDRADE, TESTEMUNHA OCULAR DO MARACANAZO DE 1950 JUNTO COM OUTROS 199.853 ESPECTADORES DAQUELA PARTIDA, RETORNOU PELA PRIMEIRA VEZ A UMA PARTIDA DA SELEÇÃO BRASILEIRA. DEPOIS DA DERROTA DO BRASIL PARA O URUGUAI, HÁ 64 ANOS, ELA NUNCA MAIS FORA A UM JOGO DE FUTEBOL. Nessa Copa, tinha ido a Holanda x México, no Castelão, mas relutava a ver o Brasil. Graças a um convite da Coca Cola, articulado pela competente equipe de Relações Institucionais da empresa, articulado pelo vice-presidente da multinacional Jack Correa a partir do escritório da empresa em Brasília, Dona Zildinha, como é conhecida, recebeu um convite de última hora para exorcizar em Fortaleza o fantasma do Maracanã que a atormentava desde os 10 anos de idade. Dona Zildinha foi ao Castelão, caminhou 2,5 km sem dificuldades para chegar e para sair do estádio. Misturou-se à plateia do jogo, cantou o hino brasileiro à capela, vibrou com os dois gols brasileiros, sofreu com o pênalti colombiano, chorou com o drama de Neymar e pôde vencer seu Pearl Harbor particular. Era, no fim daquele jogo, uma mulher realizada e plenamente feliz. Depois da derrota do Brasil para a Alemanha, sob o impacto de um inexplicável 7 a 1, o neto mais jovem de Dona Zildinha, um garoto de 10 anos (mesma idade dela no Maracanazo), João Pedro, enxergou no trauma vencido pela avó a força necessária para superar a decepção colossal pela Seleção. “Não vou esperar os 64 anos de vovó. Vou estar na Copa de 2026 e vou ajudar o Brasil a vencer”, disse ele. Pode ser que não seja exatamente assim, mas ele compreendeu que a vida segue e, graças a Deus, compreendeu que há imensas lições a tirar do fracasso. João chorou no terceiro gol, trancou-se no quarto, encolheu-se debaixo da escada de casa. Trocou ideias no intervalo, superou o trauma, assistiu ao segundo tempo, testemunhou a ampliação da humilhação e, no fim da partida, trocou a camisa amarela do Brasil por uma vermelha do Bayern, pôs por cima um agasalho do Borussia Dortmund e saiu com os pais para traçar um Burger King. Afinal, a vida segue para nós como seguiu para os EUA e para o mundo depois do 11 de setembro.



3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bem Altamir ainda bem que voce voltou para falar a verdede sobre esses canalhas petralhas verdades que esses blogueiros comprados de garanhuns e brasil não falam, sou teu fã. MORAES GARANHUNS.

Hadriel Ferreira disse...

Bem-vindo de volta, Guerrilheiro!
Onde estavas? Na Tailândia? Haha! Entendeu, né? Soube que o turismo lá é muito variado e convidativo para um cara de bom gosto como você, grande cara! Você fez muita falta! Grandes ideias, textos e um aliado contra essa corja que apossou-se do Brasil!
Pau neles, Chumbo! Abraço!

Altamir Pinheiro disse...

Prezado Hadriel,

EU ESTAVA TENTANDO EJACULAR ALGO NA BOCARRA DA VACA TERRORISTA. CONSEGUI, VIU!!!