quarta-feira, 10 de julho de 2013

O PT TEIMA EM GOVERNAR FEITO O IMPERADOR CALÍGULA, LEMBRADO COMO UM PSICOPATA CUJO REINADO FOI UM RESULTADO DE EXTRAVAGÂNCIA, BANDALHEIRA E ABUSO DE PODER.

 

FELIZ ERA ROMA, COM SEU INCITATUS SEM SUPLENTE.

Josias de Souza

Uma sugestão de exercício para você que está convencido de que, com o ronco das ruas, a democracia brasileira pode melhorar, deve melhorar, tem que melhorar: finja que é agora, faça cara de quem não tem dúvidas de que vai dar tudo certo. Muito bem. Agora pense no Senado. Desanimou, certo? É impossível pensar no Senado e continuar fingindo que o Brasil inteiramente outro que o meio-fio deseja já pode ser apalpado. Na noite passada, o Senado informou ao país que sua disposição para atender aos anseios do asfalto tem limites. Depois de questionar o direito de Renan Calheiros ao Bolsa FAB, a turba queria impor freios à mamata dos suplentes. E os senadores: AS RUAS QUE NOS PERDOEM, MAS OS SUPLENTES SÃO SAGRADOS. Foi a voto um projeto de José Sarney. Nada revolucionário. Uma meia-sola. Previa: 1) em vez de dois, cada senador teria apenas um suplente. 2) Não poderia ser o cônjuge ou parente consanguíneo; 3) o suplente só substituiria o titular em caso de licença temporária. Na hipótese de impedimento definitivo —morte ou renúncia— o substituto seria eleito na eleição subsequente (municipal ou nacional). Se quisesse mesmo ser levado a sério, o Senado votaria a extinção dos suplentes. Vagando uma cadeira, assumiria o candidato derrotado que houvesse somado mais votos. MAS NEM A MEIA-SOLA DO SARNEY OS SENADORES QUISERAM APROVAR. Num colegiado de 81 senadores (17 dos quais suplentes), 64 deram as caras. Como se tratava de emenda constitucional, o placar mínimo para a aprovação era de 49 votos. Apenas 46 disseram “SIM”. Outros 17 votaram “NÃO”. Um se absteve. Getúlio Vargas dizia que “POLÍTICA É ESPERAR O CAVALO PASSAR”. No Senado, o alazão se chama “SUPLÊNCIA”. Cavalgando o prestígio eleitoral alheio, empresários, parentes e apaniguados chegam ao Éden de todos os privilégios sem amealhar um mísero voto. O titular da vaga nem precisa morrer. Basta que assuma algum cargo no Executivo para que o sem-voto vire senador. Os exemplos abundam. Lobinho no lugar de Lobão. Garibaldi pai na cadeira de Garibaldi Filho. Ausentando-se o líder do governo Eduardo Braga, assumirá a mulher dele, Sandra Braga. Na legislatura passada, morreu ACM. Foi à poltrona o filho ACM Júnior. Há casos em que o dinheiro falam mais alto que os laços familiares. O sujeito nem precisa ter princípios. Basta que disponha dos meio$. Num cenário como esse, para cada razão apresentada pelas ruas para fazer o que deve ser feito, o Senado apresentará três dezenas de desculpas para não fazer. FELIZ ERA ROMA, QUE TINHA UM INCITATUS. INCITATUS, VOCÊ SABE, ERA O CAVALO QUE O IMPERADOR CALÍGULA NOMEOU PARA O SENADO ROMANO. O BICHO TINHA 18 ASSESSORES. USAVA ADORNOS COMO COLARES DE PEDRAS PRECIOSAS E MANTAS REFINADAS. MAS NÃO TINHA SUPLENTE NEM VOAVA DE FAB (As imagens e a primeira manchete não fazem partes do texto original).


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