domingo, 4 de dezembro de 2011

A DÚVIDA É UMA FERRAMENTA DE TRABALHO DO ANALISTA POLÍTICO. O REPÓRTER POLÍTICO TEM O DEVER ÉTICO DE DUVIDAR SEMPRE; PINHEIRINHO É ASSIM!!!, ELE É GUIADO POR UMA ENORME VONTADE DE DUVIDAR, NÃO COMO NEGAÇÃO SISTEMÁTICA, MAS COMO ÂNSIA DE CONHECER, PENETRAR NAS ENTRANHAS, IR A FUNDO NA IDÉIA DO PICARETA POLÍTICO (Altamir Pinheiro).







DIPLOMA DE JORNALISTA

É IDIOTICE


Gianni Carta

Como definir o jornalista? “Qualquer um que fizer jornalismo”, responde o escocês Andrew Marr no seu livro My Trade (Pan Books, 2005, 300 págs). Jornalista de mão cheia, ex-editor do diário The Independent e da Economist,  Marr diz quem são as pessoas mais propensas a mergulhar no jornalismo: “BÊBADOS, DISLÉXICOS E ALGUMAS DAS PESSOAS MENOS CONFIÁVEIS E MAIS PERVERSAS DA TERRA”. Mas há consolo no livro de Marr, consagrado à história do jornalismo britânico. “TIRANDO O CRIME ORGANIZADO, O JORNALISMO É A MAIS PODEROSA E AGRADÁVEL ANTIPROFISSÃO”. Marr, de 51 anos, causaria um grande alvoroço no Senado brasileiro. Por dois motivos. Primeiro, porque sua ironia seria levada a sério pela maioria dos senadores. Em segundo lugar, Marr formou-se em Letras. E aí mora o problema. Marr, iconoclastia à parte, não seria considerado um jornalista pelos senadores brasileiros pelo fato de não ter estudado jornalismo. O Senado acaba de aprovar uma proposta de emenda constitucional para tornar obrigatório o diploma de nível superior para o exercício do jornalismo. Haverá outra votação no Senado. Se a emenda for aprovada será analisada pelos deputados. Claro, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubará a medida (se aprovada pelos deputados). Em junho de 2009, vale recapitular, o STF acabou com a exigência do diploma para jornalistas. A NORMA ERA INCOMPATÍVEL COM O PRINCÍPIO DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Mas o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), autor da proposta, não concorda com o STF. “TODAS AS PROFISSÕES TÊM O SEU DIPLOMA RECONHECIDO, MENOS O DIPLOMA DE JORNALISTA, O QUE É UMA INCOERÊNCIA, UMA DISTORÇÃO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA”, declarou. E senadores, precisam de diploma? Nenhum. Basta ter nacionalidade brasileira e mais de 35 anos de idade. Na França qualquer deputado graduou-se no mínimo em ciências políticas. E isso fica claro nos discursos na Assembleia Nacional e no Senado. Lá, fala-se em ideologia partidária, entre outros temas aqui ignorados. E aqui aproveito para fazer uma sugestão: já que jornalistas precisam, segundo os senadores, de diploma, por que não aplicar a mesma proposta para os senadores brasileiros? Os debates, quiçá, se tornariam mais fecundos. Certo é que, de forma geral, os colegas formados por universidades de jornalismo a pipocar Brasil afora, quase todos a trabalhar para a mídia ultraconservadora, não têm contribuído para melhorar o nível da mídia. Como se sabe, o nível das escolas de jornalismo é baixo, ou seriam os patrões que limitam o trabalho de apuração dos repórteres – e principalmente dos colunistas? Seriam as duas coisas? Como dizia o grande jornalista italiano Enzo Biagi (outro que não tinha diploma de jornalista): “MEUS ÚNICOS PATRÕES SEMPRE FORAM MEUS LEITORES”. Nos Estados Unidos e na Europa o canudo de jornalista não é necessário para exercer a profissão. Basta um diploma, isto é, uma especialização. Lá é comum estudantes com ambições jornalísticas trabalharem nos jornais das universidades enquanto se formam em história, ciências políticas, economia, etc. Na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, por exemplo, alunos de diferentes departamentos trabalham no excelente diário Daily Bruin, distribuído gratuitamente no campus e nos bairros em torno de Westwood, onde fica a UCLA. Na França e no Reino Unido ninguém precisa de diploma de jornalista para trabalhar na mídia. Marr, que especializou-se em literatura inglesa em Cambridge, oferece: “TUDO QUE O JORNALISTA PRECISA É SER CURIOSO E SABER FAREJAR UMA BOA HISTÓRIA. E MESMO DOMINANDO A GRAMÁTICA, SÓ SE APRENDE A ESCREVER ESCREVENDO”. Vale acrescentar: o jornalismo se aprende indo à rua. “É preciso tirar a bunda da cadeira”, martelava Reali Jr. O repórter tem de continuar a praticar esse método inclusive para entender o que escreve. Precisa usar os fatos com honestidade, mas ao mesmo tempo tem de entender que o jornalismo tem seus limites, não é uma ciência. Ah, e sempre que possível o senso de humor ajuda. O DIPLOMA DE JORNALISTA SÓ SERVE PARA ENFEITAR PAREDE...

PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - A COISA NÃO É BEM ASSIM, ELA É BASTANTE COMPLEXA. É DIGNO DO MAIOR RESPEITO O CARA QUE ESFREGOU A BUNDA, POR QUATRO ANOS, NUM BANCO DE FACULDADE, É DIGNO DE LOUVOR, RESPEITO E MERECIMENTO. AGORA, NESSA PROFISSÃO, COMO NA DE MÉDICO SE EXIGE UMA COISA CHAMADA (DOM),  ESSA QUE É A VERDADE!!! A PROVA É TANTA QUE, ESSES MESMOS SENADORES QUE APROVARAM TAL LEI, CHAMAVAM O TODO PODEROSO DA GLOBO DE JORNALISTA ROBERTO MARINHO. E O QUE DIZER DE BÓRIS CASOY, DATENA E TANTOS OUTROS COMUNICADORES QUE JAMAIS FREQUENTARAM UMA FACULDADE?!?!?! EIS A QUESTÃO... É PRECISO QUE O PÚBLICO LEITOR SE APERCEBA DE, TEM MUITOS JORNALISTAS FORMADOS, DIPLOMADOS QUE EM SEUS BLOGS NÃO CRÍTICAM DETERMINADOS PREFEITOS EM RAZÃO DE MANTEREM  PROPAGANDA PAGA NO SEU MEIO DE COMUNICAÇÃO, TEM DELES QUE NÃO TECE UMA FRASE SEQUER  CONTRA    TAL POLÍTICO, COM MEDO DE PERDER O JABÁ!!! E OUTRA: TEM MUITO “PROFISSIONAL DIPLOMADO” APENAS REPRODUZINDO O DISCURSO DO PATRÃO DA MÍDIA. SEM VISÃO CRÍTICA. MUITAS VEZES OS INTERESSES DO CONSUMIDOR DE NOTÍCIA É BOICOTADO NAS REUNIÕES DE PAUTA. AFINAL, QUEM PAUTA A GRANDE MÍDIA?!?!?!



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