terça-feira, 21 de junho de 2011

As ESPECULAÇÕES podem fazer ainda mais mal para a saúde da presidente do que a TRANSPARÊNCIA.

A SAÚDE DE UM PRESIDENTE É UM TEMA TÃO RELEVANTE PARA O JOGO POLÍTICO QUANTO A ÉTICA DAS AUTORIDADES
Cristiane Segatto. Com Isabel Clemente e Leandro Loyola

Dilma sofre também de problemas hormonais. As células de defesa de seu organismo reconhecem a glândula tireoide como um corpo estranho e passam a atacá-la. Ela sofre de uma doença autoimune conhecida como TIREOIDITE DE HASHIMOTO, a causa mais comum de hipotireoidismo. “Sem tratamento, a pessoa sente desânimo, percebe que suas funções orgânicas e cognitivas ficam mais lentas, o cabelo cai com facilidade e as unhas ficam fracas”, diz Laura Sterian Ward, presidente do departamento de tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “O TRATAMENTO É PARA A VIDA INTEIRA. É COMO USAR ÓCULOS. A DOSE DO HORMÔNIO TEM DE SER AJUSTADA CORRETAMENTE, E O REMÉDIO PRECISA SER TOMADO TODOS OS DIAS EM JEJUM.” Quando a dose do hormônio é inadequada, o paciente sente alterações da frequência cardíaca. Depois de décadas de doença, a tireoide de Dilma praticamente não produz mais hormônio. É por isso que ela precisa tomar DISCIPLINADAMENTE O REMÉDIO SYNTHROID. Durante o tratamento da pneumonia, nem sempre ele pôde ser tomado em jejum, e a absorção do hormônio tireoidiano ficou prejudicada. Quando sente taquicardia, a presidente percebe que a dose do hormônio precisa ser ajustada. A presidente tem colesterol normal, mas às vezes sofre de pressão alta. Para manter a pressão arterial na faixa dos 13 por 8, precisa tomar o ANTI-HIPERTENSIVO COZAAR. Os médicos dizem que o coração da presidente vai bem. Ela já passou, no entanto, por um episódio vascular complicado. Para receber a quimioterapia e fazer exames sem precisar puncionar veias com frequência, ela recebera um cateter implantável, chamado port-a-cath, que permite o fácil acesso às veias. Em 20 de março de 2010, ela apresentou um inchaço na região do pescoço (um edema), como resultado da formação de um coágulo. Poderia ser o início de uma leve trombose na veia cava, a principal veia que transporta o sangue venoso para o coração. EM ALGUNS CASOS, UMA TROMBOSE DESSE TIPO PODE SER FATAL SE PROVOCAR EMBOLIA PULMONAR OU UMA GRAVE OBSTRUÇÃO NA PRÓPRIA VEIA. Não foi o caso de Dilma. “Nesta mesma data, optou-se pela retirada do cateter venoso central (port-a-cath) com resolução do quadro clínico”, diz o boletim emitido pelo Sírio-Libanês. Outro motivo de preocupação é a variação de seus níveis de potássio. Às vezes, eles caem rapidamente. Ela percebe quando falta potássio no organismo porque sente cãibras. Os médicos revertem o problema com a prescrição de doses elevadas do composto. Para controlar esse problema, ELA TOMA O MEDICAMENTO SLOW-K. Além da última pneumonia, Dilma contraiu gripe suína na Europa no final de 2009, quando era ministra da Casa Civil. Foi tratada com Tamiflu e Levaquin. Os dois episódios levantaram especulações sobre a condição imunológica da presidente. PARA ALGUNS ESPECIALISTAS ENVOLVIDOS NO TRATAMENTO, SUA IMUNIDADE NUNCA MAIS FOI A MESMA DESDE A QUIMIOTERAPIA ADOTADA PARA COMBATER O LINFOMA, EMBORA OS MÉDICOS OFICIAIS DIGAM O CONTRÁRIO. Oncologistas especializados no tratamento de linfoma dizem que a imunidade do paciente costuma ficar comprometida nos meses que se seguem à quimioterapia. Em geral, porém, o sistema imune volta a funcionar bem seis meses depois do final do tratamento. “É incomum que a imunidade do paciente fique baixa depois desse tempo”, diz o hematologista Garles Miller Matias Vieira, do Hospital AC Camargo, em São Paulo.










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