sexta-feira, 18 de junho de 2010

NO REINO DOS HUMANOS, HÁ QUEM SUPORTE A LADY GAGA E A DILMA ROUSSEF?!?!?!

BRASIL TOURS

Por Maria Helena Rubinato

Não há melhor agência de viagens. Bons hotéis, automóvel com motorista, assistência de nossas embaixadas com o extra do atendimento pessoal do Embaixador brasileiro ocupante do honroso cargo, encontro com a nata local, fotos para enriquecer qualquer álbum, cidades maravilhosas, bons restaurantes, lojas de tontear até a mulher mais despojada de vaidade e um acompanhante, o deputado Cardoso que, vamos ser francas, faz jus a Paris.
É uma lástima que seja uma viagem tão curta. Não há de ser por questões financeiras, pois a cliente é rica e representa um partido político riquíssimo. Deve ser pela vida atribulada da viajante que não pode, é lógico, passar mais do que quatro ou cinco dias em vilegiatura.
Ela tem muito a fazer aqui. Está candidata a presidente do Brasil e é nessa condição que usou os serviços da Brasil Tours.
Pena que não a tenham informado antes que ela poderia ter se hospedado na Embaixada do Brasil. Mil vezes melhor, como adresse, do que o hotel onde ficou. Aliás, as embaixadas do Brasil são sempre mais lindas e bem situadas que qualquer hotel. Não sei por que o presidente Lula não faz como os presidentes americanos ou como Elizabeth II que sempre ficam em suas embaixadas...
Mas valeu como informação: agora dona Marina Silva, o senhor José Serra ou qualquer outro candidato – não ficou bem claro se é só para candidatos à Presidência da República - já sabem: não hesitem. Telefonem e avisem quando estão chegando. A mordomia é de primeira.
E nossas embaixadas são invejadas por muitos países. Sempre muito bem situadas, luxuosamente montadas, nisso o brasileiro é impecável: sabe decorar uma casa como ninguém e tem um bom gosto extraordinário, para usar a palavrinha que o presidente tanto ama.
Não viram como o Zelaya se apegou à nossa casa em Tegucigalpa? Pois então.
Dona Dilma não gosta muito da Imprensa. Tem razão. A Imprensa tem a mania de andar atrás dos políticos a tentar saber o que é que eles estão fazendo em viagem. Mais ainda: tem o vezo bisbilhoteiro – quer saber qual foi o motivo da viagem! Não é o cúmulo?
Se não fosse a Imprensa não saberíamos que seu encontro com M.Sarkozy foi curto, durou menos do que uma pedra de gelo num copo de água no Cabaret Sauvage, onde ela foi assistir à estréia do Brasil na Copa.
Além de um papo animadíssimo com Martine Aubry, secretária-geral do Partido Socialista francês, o maior opositor de seu anfitrião, com quem ela tricotou à vontade, pois as duas são contra tudo que Sarkô prega e executa em seu país, a França, onde ela estava de visita! Mas além desse papinho maneiro, o que mesmo ela foi fazer em Paris?
Dar uma entrevista ao “feu Le Monde”?
Também foi só graças à imprensa que ficamos sabendo dos dois beijinhos constrangidos que ela e o senhor Durão Barroso trocaram, à hora da despedida, depois de uma curtíssima entrevista com aquele senhor em Bruxelas.
Ainda bem que ela foi de TGV. Viagem confortável e rápida em que pode brincar de gato e rato com o repórter encarregado de cobrir sua viagem a Bruxelas. Sabia que a Imprensa imaginaria que ela iria de primeira. Então foi de segunda. Na volta, fez o contrario, só para deixar o representante da Imprensa com o mico do bilhete de segunda na mão. Brincalhona ela, não?
Mas o melhor, pelo menos para o meu senso de humor, foi este pedaço:
Na saída de um museu, um jornalista lhe contou que repórteres brasileiros foram chamados de argentinos no dia anterior por portugueses que passavam na porta do hotel.
Observação de dona Dilma:
“Só mesmo português para achar que brasileiro com camisa do Brasil é argentino”, disse dona Dilma, que compreendeu mal a piada, já que ninguém vestia camisa do Brasil. Ponto para dona Dilma: logo em seguida arrependeu-se e pediu para não registrarem seu espantoso comentário, sob a alegação de que “essas coisas a gente só fala na Copa”.
Será?
Chego à conclusão que ela faz muito bem em não gostar de dar entrevistas. Uma por dia, como ela diz ser tolerável, já acho demais. Penso que ela devia se manter calada. Depois de quase oito anos de palavras lulianas, é um bem que ela nos faz. Da minha parte, ficaria muito grata.

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