sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O ESCÁRNIO

Guilherme Fiuza

José Sarney, ele mesmo, estava lá, no altar da festa. Recebendo de Lula miniaturas de barris de um petróleo que não existe. O Brasil não existe. Se existisse, como nação, essa pantomima do pré-sal não seria moralmente possível. Numa casa de família, o parente suspeito de saquear a despensa não se senta à cabeceira da mesa para jantar. O Brasil não é casa de família.
O cinismo de bigode estava lá, risonho. Num ato político montado sobre o fetiche petrolífero, o Lulismo S.A. criava o clima para enterrar alguns bilhões do BNDES na Petrobras – a estatal mãe que sustenta os parasitas do poder, como a Fundação José Sarney. Sarney estava lá, rindo desse tolo projeto chamado Brasil. Viva o nacionalismo. E segurem suas carteiras.
Segurem firme, porque vem aí a Petro-Sal. É o sal da vida dos marajás vagabundos do sindical-petismo, que terão uma empresa novinha em folha, 100% estatal (isto é, 100% deles), para pendurar seus paletós e colher seus contracheques em nome de um petróleo que talvez seja extraído no futuro.
E ainda dizem que não existe projeto nacional. É claro que existe. Você paga um imposto escorchante (vem aí a CPMF da gripe suína) para a aceleração do crescimento da casta estatal. O Brasil está reinventando a União Soviética. Ficou combinado assim: Sarney mal conhecia Agaciel, não tinha a menor idéia do que são atos secretos, não fez tráfico de influência – se fez, foi para o bem. Tanto que pode co-presidir uma cerimônia onde se decide o destino de um caminhão de dinheiro público. Desse assunto, Sarney entende.
Ficou combinado também que a Petrobras é um colosso de empresa. Por isso o Tesouro (você) vai enterrar mais 50 bilhões de reais nela.
Como diria Delúbio Soares, o petróleo é nosso.


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